segunda-feira, 2 de março de 2009

INDIGNAÇÃO!!!

" Algumas pessoas gostariam que eu falasse de pássaros, de ovelhas ou gatos; prefiro falar de lôbos".

Saía do shopping Castanheira ha, aproximadamente, cinco anos atrás. Tomei um táxi, acompanhado da minha filha que hoje tem 18 anos. Negociei com o taxista o valor da corrida (só assim posso andar de táxi). Preço combinado, pedi-lhe que rumasse para a Cidade Nova, onde ainda resido. De imediato, lembrei-me que precisaria dar uma paradinha na Igreja da Marambaia e lá permanecer por alguns minutos. Informei ao motorista e este teve uma reação no mínimo estranha. Reagiu com deselegancia e notada falta de educação que surpreendeu-me. Disse a ele que pagaria a diferença da corrida mas o mesmo parecia dominado por uma ira incompreensível. Sinceramente, fiquei sem poder de reação e até assustado quando, repentinamente, minha filha dirigiu-lhe duras palavras, na intenção de defender-me, o que reverteu o quadro. Já não apenas eu, mas o cidadão condutor do veículo constrangeu-se de tal forma que pediu calma a minha adolescente que, na época, tinha uns 12 anos. Ainda tomada de um rancor igual ao do motorista, sentenciou que o cidadão parasse o carro exatamente naquele local, pois não permaneceriamos alí nem mais um minuto. Deixei-a continuar conduzindo a situação, já que o embaraço agora já não era mais meu. Admito que encheu-me de orgulho a reação e defesa da minha filha!
Amigos! Não julgo ser um bom pai. Pra isso falta muito! Mas algo que procuro incutir na mente das duas preciosas jóias que Deus me deu é: lutem pelos seus direitos. Outro dia disse a Dani que não admito que ela algum dia chegue em casa reclamando de haver sido agredida na escola. No mínimo, esgotados todos os recursos, deve responder a altura qualquer tentativa nesse sentido.
Porque digo isso? Não preciso ser um arauto da justiça para demonstrar minha indignação pelas injustiças que me circundam. No seio da minha familia essa postura é notória. Quando me refirmo a familia refiro-me a Ester, Oséias, Adriele e Daniele. Temos, sim, direito a indignação! Não podemos ser omissos e impassíveis diante do que nos atinge. Precisamos reinvidicar, lutar pelos nossos direitos e um deles, inalienável e inegociável, é o direito a indignação. Pra tudo há limites! Quem desejar compactuar com a indiferença, a insensibilidade e a omissão que o faça. É duro sentir-nos reféns de episódios de injustiças que ocorrem clara e abertamente aos olhos daqueles que estão investidos da autoridade de defender-nos e aplicar a correção e não o fazem. Como tem sido cômodo a alguns administradores sentarem-se em seus gabinetes refrigerados e fazerem de conta que não é com eles.
Ontem, lía um artigo do jornal O LIBERAL, referindo-se a alguns episódios de repercussão nacional dos quais o mesmo governante dizia não ter conhecimento de nenhum deles. Que absurdo! Isso cheira a cinismo, até! Querem nos fazer entender que vivemos num mar de rosas, onde "tudo é paz, tudo é amor". Quanta insensibilidade! Essas pessoas vivem num mundo de faz-de-c0nta. Querem nos fazer entender e aceitar que tudo é exagero e fruto da nossa imaginação. E mais; quando inquiridos reagem dizendo: ..."você não está sendo cristão"! Ou seja, são os únicos a quem a palavra "cristão" pode ser aplicada. Nós, outros, por demonstrarmos nossa insatisfação pelo que sabemos ser do conhecimento deles somos os hereges, rebeldes e anti-cristãos.
Lamentavelmente essa postura apoderou-se daqueles que, por defenderem um "status", preferem silenciar dizendo:..." não posso falar porque sou do sistema. Quem quiser que fale; eu não"! Nas rodas que se formam eles até concordam com a necessidade de dar um basta numa série de coisas, mas preferem cruzar os braços e lacrar os lábios. Aos colaboradores desses sistemas dou até um desconto, afinal, parece que ao aderirem ao mesmo, assumem o compromisso velado de jamais dizer o que pensam. Já pensaram nisso? Que coisa horrível o ser humano ser obrigado a concordar com tudo? Enquanto isso os absurdos e injustiças se sucedem.
Aonde iremos parar???