Ha poucos dias travei diálogo muito proveitoso com um "companheirão". A ele manifestei pontos de vista quanto a educação adventista a partir da passagem entre nós do Pr. Gedeon Reis, que ocupou o departamento de educação da ABA e da UNB.
Como é bom trazer esse assunto a público quando a pessoa em questão já não mais atue em nosso território. Bom porque se as referencias são negativas, logo forma-se um grande corrente de "simpatizantes" do citado, assumindo suas dores e criticando os autores dos comentários. Geralmente essas pessoas são aquelas que, de uma forma ou outra, galgaram benefícios pessoais do criticado.
É bom, também, porque estando ausente, e sendo essas referências positivas, ninguém vai dizer que o blogueiro é puxa-saco ou que está querendo auferir algum benefício da pessoa em questão.
Acompanhei bem de perto as gestões do Pr. Gedeon, tanto na ABA como na UNB. Sua atuação no campo local(ABA) transformou a realidade das nossas escolas, tanto no aspecto físico quanto no técnico. Lembram quando o Presidente Collor dizia que nossos carros eram carroças? Assim eram nossas escolas. Com o apoio do Presidente Moisés Batista, o Pr. Gedeon focou sua administração nesse aspecto. Hoje, o que se vê, é um quadro absolutamente diferente. Interna e externamente nossas escolas tornaram-se referências positivas pela qualidade física e infraestrutura que cada uma possui.
Naqueles idos dias era-nos permitido opinar e participar do dia-a-dia das escolas através dos Conselhos Escolares. Gedeon Reis jamais se furtou ou procurou esconder-se dos diálogos com as igrejas, muitas das vezes "duro", desgastante, alguns indo até meia-noite. Foi muito importante que assim ocorresse. Hoje a solidez do sistema pode ser creditado em grande parte a esse diálogo, sempre muito valorizado por GR (Gedeon Reis). Em sua administração jamais escondeu suas preferências, mas permitiu que essas fossem questionadas e acatou, demonstrando muita sensibilidade, outras propostas das igrejas. Esse espírito democrático, portanto, proporcionou uma era em que Igreja, Administração e Escolas caminharam juntos.
Já na UNB sua atuação não deixou de merecer elogios, mas pecou em duas situações. A primeira delas foi a de permitir que todos os materiais da educação adventista passassem a ser confeccionados na CPB. Como era lindo ver fotos das nossas crianças e das coisas da Terra nas agendas escolares! Depois passaram a vir os atores, loiros, de olhos verdes, que pouco tem e ver com a nossa região. Alguém há de dizer que estou querendo legislar em causa própria. Mas, não estou referindo-me apenas ao material gráfico de divulgação, e sim as apostilas do ensino médio, que passaram a ser produzidas pela CPB com um conteúdo que atendia os alunos da nossa região em apenas 20%, uma vez que eram produzidas para o Brasil inteiro, mas atendiam as expectativas do Sul. No que diz respeito aos alunos do Norte esse material pedagógico poderia tornar-se até objeto de questionamento judicial, haja vista seu alto custo, sem trazer qualquer benefício aos nossos vestibulandos, sobretudo. Entendo que faltou coragem ao Pr. Gedeon que optou em ficar bem com a DSA e omitiu-se quanto a nossa realidade.
Faltou-lhe também mais energia com as atitudes da administração Roberval/Alexandre quando esses implementaram em nosso território um regime de isolamento das igrejas quanto a educação adventista, fortalecendo os diretores de escolas e ignorando todas as recomendações do Manual da Igreja e as orientações da DSA constantes em outro manual específico sobre o assunto. Quantas vezes pedi sua interferência, mas o que percebi foi um temor exagerado da dupla que àquela altura comandava a ABA. Na verdade, quem não os temia?
Contudo, prefiro "reter o que é bom". E, nesse sentido, o Pr. Gedeon Reis deixou uma marca de relevantes serviços prestados a educação adventista no norte do Brasil, sobretudo em Belém. Se hoje nossa educação é muito bem solidificada devemos isso primeiramente a Deus e, em segundo lugar, ao Pr. Gedeon, que foi um importante instrumento nessa mudança de rumos que ocorreu por aqui.
