Ontem a noite conversava com um amigo que confidenciava-me de uma "possível " disposição da ABA em normatizar, ou seja, estabelecer parâmetros para a realização de eventos em nossa Cidade que tenham algum apoio financeiro de qualquer setor da Instituição Adventista. É sabido que os "leigos" que tomam essas iniciativas recorrem a alguns setores da organização adventista em busca de patrocinio. Este amigo dizia-me haver conversado com um importante administrador da obra que a ele havia revelado essa intenção da ABA.
Sem querer comentar o ocorrido, mais uma vez, ou não ocorrido em nossa Cidade neste último final de semana, quero dar minha opinião, embora ninguém a tenha solicitado.
Em primeiro lugar defendo tais iniciativas. Independentemente dos "fins", lucrativos ou não, creio que esses eventos acabam por preencher um espaço, uma lacuna deixada por setores que deveriam nos proporcionar esses momentos. É muito bom, e de um benefício espiritual muito grande, receber grupos musicais, solistas e cantores sacros em geral, que nos trazem, além das lindas melodias, mensagens espirituais de longo alcance. Isso acaba sendo uma grande colaboração que esses promotores conferem a própria Instituição.
Quanto a contribuição ou patrocinio oferecidos, entendo que são bem menores do que se a Organização tomasse a iniciativa. Dou um exemplo: uma passagem aérea Maringá(de onde veio o Cânticos Vocal) Belém custa hoje R$ 1.670,00 (hum, seiscentos e setenta reais). Esse seria o custo para a vinda de apenas um cantor. Multiplicando-se esse valor por quatro (um quarteto) chegariamos a R$ 6.680,00 (seis mil, seiscentos e oitenta reais). Tive acesso a alguns patrocinios e descobrí que esses valores não passam dos R$ 1.000,00 (hum mil reais). Se formos incluir aí os valores de hospedagem, alimentação, aluguel do local do evento, iluminação, decoração, gráfica, pessoal de apoio e outros, chegariamos a um valor próximo de R$ 15.000,00 (quinze mil reais). Por aí se nota que, quando ocorre algum lucro, esse não é tão grande. O exemplo dado é de um quarteto. É óbvio que quando se trata de um solista esses valores caem consideravelmente. Mas sei de alguns eventos nos quais houve prejuízo ou uma lucratividade muito discreta.
Concluindo
Nossa Instituição é administrada por Homens respeitáveis, que tem prioridades como a construção de igrejas e grandes investimentos em evangelismo, dentre outros. Acompanho a lida de pelo menos dois Presidentes de Campo. Já passei alguns dias em suas ante-salas e sei quão grande é o número de pedidos diários que recebem. Uma igreja pede tijolo, outra cimento, outra o piso, outro o forro, outra um elevador, outra um terreno, outra uma laje e por aí vai. Tudo isso é muito importante. A Instituição precisa dar a contrapartida ao esforço dos membros.
No entanto, entendo que precisamos entender também que tão importante quanto batizar as pessoas é dar-lhes opções após suas entradas em nossas igrejas. Tenho falado muito aqui sobre a reabertura do Coqueirão. Nosso povo precisa de lazer, entretenimento e apoio a atividades que venham somar às iniciativas evangelisticas. Ou seja, após o batismo as pessoas devem saber que, após deixarem o mundo lá fora, aqui encontrarão acolhida e opções mais interessantes quanto as que deixaram. Conheço pessoas convertidas para as quais não são tão importantes essas condições posteriores. Para outras, no entanto, isso é de uma somatória muito grande. Além do mais, esses eventos acabam tornando-se, também, evangelísticos, haja vista a reedificação espiritual de muitos e, até mesmo, a conversão de tantos outros que, não sendo cristãos, aceitam o convite para estar ali.
Não promovo eventos desse tipo. Meu foco é o esporte! Mas rogo aos nossos bons e sábios administradores que analisem com carinho a questão. Afinal, a contribuição ou patrocinio ofertados, acabam por beneficiar muito mais os membros que os promotores do evento. Ou não?
Concordo, no entanto, que se estabeleçam parâmetros. É preciso saber quem está promovendo, que experiência tem no ramo, qual seu passado nessa área e que eventos já realizou para que se faça justiça a quem tem "nome no mercado" e não se comprometa o nome da Igreja. Esse critério já vem sendo adotado pela Loja SELS, com muita sabedoria!