quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

NO TEMPO DO ROMANTISMO

Desde que fui convidado ao ancionato, pelo querido professor Wilson Schenfeld, hoje atuando em Brasília, aprendi com os demais anciões, pastores e administradores que existe um livro chamado Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia que orienta, serve como parâmetro para todos os procedimentos eclesiásticos da nossa religião. Diziam eles que ali encontraríamos o embasamento necessário a nossa liderança. O tempo passou, várias assembléias da conferência geral da igreja foram realizadas nos mais diversos países, para onde deslocavam-se nossos representantes, oriundos de todas as partes do mundo. Pouco tempo depois dessas assembléias um novo Manual da Igreja era produzido, e ainda o é, trazendo poucas, mas importantes alterações, fruto das decisões tomadas. Tenho a felicidade de possuir algumas das últimas edições desse periódico e em nenhum deles notei quaisquer mudanças no que diz respeito aos conselhos escolares. Ao contrário, o que se percebe é o fortalecimento desse importantíssimo departamento da igreja.
Lamentavelmente nosso Manual passou a ser utilizado de acordo com conveniências. Aponta-se para ele quando é necessário e ignora-se quando não atende as expectativas. E ainda me dizem com frequência "Deus está dirigindo". É claro que está! Aliás, sempre esteve, a despeito de fazer-se de conta que seguimos suas orientações.
Corro o risco de ser chamado de legalista, mas desejo chamar a atenção para o Manual da Igreja no que se refere a atuação dos Conselhos Escolares. Poderia citar aqui inúmeros tópicos, mas optei por apenas um que, entendo, deixa bem claro a necessidade da atuação dos Conselhos Escolares. Isto está posto na página 119 no tópico REUNIÕES, onde diz:
"O Conselho Escolar deve reunir-se em ocasiões e locais regulares, pelo menos uma vez por mês, durante o ano escolar".
Pergunto; porque isso não é cumprido? Respondo: a partir da administração RMM instituiu-se no âmbito das escolas um tróço chamado "comissão interna". Essa invenção foi criada com a nítida intenção de excluir por completo a participação das igrejas nos assuntos da escola. Com isso, diretoras e diretores passaram a ignorar as igrejas que deram origem as escolas que hoje administram e que pagam os seus salários. Isso com o aval da CORTE, que a tudo vê, apóia e silencia.
Recentemente uma das nossas escolas efetuou remanejamentos e transferências. Quase houve demissões. Acionado o Conselho Escolar, que resolveu impor sua atuação, algumas justificativas foram dadas, recuos estratégicos ocorreram e por aí vai. Fica mais uma pergunta: caso o conselho escolar fosse reunido com o propósito inicial de estudar esses procedimentos administrativos no seu início não teria-se evitado isso? O que custaria para essa escola reunir o Conselho Escolar com antedência e dizer: "gente, fulana de tal tem deixado a desejar nesse e naquele aspecto. Já foi advertida várias vêzes, fizemos de tudo para não chegar a esse ponto, mas precisamos do apoio de vocês para caminharmos nessa direção"? Afinal, até o término da administração Moisés Batista esse era o procedimento. Não foram poucas as oportunidades em que fomos convocados nesse sentido. Invoco o testemunho sobre o assunto de todos os administradores escolares da minha época, bem como dos administradores da nossa Instituição daqueles saudosos e românticos dias. O que mudou? O Manual? Certamente que não!
Certa feita, quando assumi a presidência do conselho escolar da igreja que ainda hoje frequento, o diretor da época chamou-me e compartilhou comigo a dificil situação de duas professoras, as quais já haviam passado por todo o processo de admoestações e estavam a ponto de serem demitidas. Perguntava-me o diretor se eu não gostaria de ter uma conversa com ambas para evitar-se o pior. Assumi essa responsabilidade. Falei com ambas. Querem saber o resultado? Uma delas hoje é coordenadora pedagógica de uma das nossas escolas. A outra já está próxima da aposentadoria, ainda servindo a mesma escola, onde é muito querida.
Tenho um amigo que disse-me que prefere minhas matérias resumidas e curtas, porque não tem tempo de ler grandes textos. Entendo isso e também penso assim. Mas, nesse caso, era necessário aprofundar-me um pouco mais. Só para comprovar que "não estou inventando a pólvora".
Desculpem-me por tomar tanto tempo de vocês! Mas, "navegar é preciso"!

NO TEMPO DO ROMANTISMO II

É um perigo cair em minhas mãos determinados livretos oficiais. Folheando o belíssimo material impresso para a última quadrienal da ABA, ocorrida em novembro último, deparei-me com algumas citações. Uma encontra-se na página 10 e apresenta a seguinte meta para os próximos "quatro anos": " Continuar reformas da Sede de Treinamento Jovem Coqueiro".
A outra, inova e parece não desejar comprometer-se para cobranças futuras, já que cria uma nova nomenclatura para o Coqueiro, que precisa ser decifrada. Diz o seguinte, também referindo-se a metas para o "quadriênio": " Estabelecimento de um CODEC - Centro Adventista de Desenvolvimento Comunitário - no bairro Cabanagem. Ainda estou por entender que diacho é CODEC mas ouso pensar que é uma nova referência ao Coqueiro. Ou não?
Não seria prudente esquecermos esse assunto, já que não leva a nada, nem a lugar algum? Não é melhor pensarmos nas eleições deste ano e na copa do mundo?
As expressões "quatro anos" e "quadriênio" me torturam!